Diesel em agosto: preço, pressão e problemas que vão além da bomba

O mês de agosto marcou a entrada em vigor da nova mistura obrigatória de biodiesel no diesel, que passou de 14% para 15%. Entre meados de junho e o final de agosto, o preço do biodiesel subiu cerca de R$ 0,40 por litro, representando um aumento de aproximadamente R$ 0,04 por litro no diesel vendido nos postos. Para os frotistas, esse “pequeno” acréscimo se soma a outras pressões que vêm sendo sentidas nos últimos meses.

No cenário internacional, uma nova tensão comercial chamou a atenção do mercado: os Estados Unidos anunciaram a aplicação de tarifas de 25% sobre produtos da Índia, motivadas pelas importações de diesel russo. O movimento acendeu um sinal de alerta vermelho para o Brasil, que também importa volumes significativos do diesel russo para suprir sua demanda interna. Caso uma medida semelhante seja aplicada ao nosso país, o impacto tende a ser relevante para o equilíbrio do mercado e para os preços praticados no país.

Outro fato marcante do mês foi a megaoperação de combate ao crime organizado no setor de combustíveis. A investigação revelou fraudes na importação, distribuição e transporte de produtos, além de sua adulteração e esquemas para antecipar fiscalizações. Esse tipo de prática prejudica a livre concorrência e afasta investimentos do mercado de combustíveis brasileiro.

Enquanto isso, a Petrobras segue sem reajustar os preços do diesel pelo quarto mês consecutivo. A estatal vem mantendo o valor de venda abaixo do custo dos produtos importados, o que tem gerado uma defasagem relevante, segundo cálculos de agentes do setor. Embora essa estratégia ajude a segurar os preços internos temporariamente, ela também alimenta dúvidas sobre a sustentabilidade desse congelamento no médio prazo.

No mercado internacional, o comportamento dos preços tem sido uma verdadeira gangorra ao longo de 2025. Em agosto, houve uma queda média de R$ 0,12 por litro nos combustíveis importados, aliviando um pouco os custos no mercado interno. Essa baixa vem depois de três meses consecutivos de alta — que devolveram cerca de metade da queda acumulada nos quatro primeiros meses do ano. A oscilação ao qual o país está sujeito expõe a nossa dependência em relação ao mercado externo, resultado de uma capacidade de refino que ainda não acompanha a demanda.

Com tantos fatores em movimento, o mercado, como sempre, segue exigindo atenção. Ainda que alguns sinais tragam alívio momentâneo, o cenário continua sujeito a mudanças inesperadas, bastando um movimento vindo dos Estados Unidos (ou um tweet do Donald Trump) para tudo mudar de direção.

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