O mês de maio foi mais um com queda no preço do diesel no mercado interno. Depois de duas reduções em abril, a Petrobras anunciou um novo corte logo no início de maio, de R$0,16 por litro. No acumulado de 2025, já são R$0,23 a menos no valor do combustível vendido pela estatal.
A movimentação também foi acompanhada por outras refinarias privadas do país. A Acelen, que opera a refinaria de Mataripe na Bahia, por exemplo, aplica reajustes semanais e, em maio, acumulou uma redução de R$0,21 por litro.
Essas quedas refletem principalmente o recuo acumulado no ano dos dois principais fatores que compõem o custo do diesel: o dólar e o barril de petróleo. Mas, ao que tudo indica, o ritmo das baixas está perdendo força.
Isso fica claro quando olhamos para o diesel importado que chega aos portos brasileiros. Como o preço segue o mercado internacional, qualquer variação no dólar ou no petróleo impacta quase que imediatamente. E depois de quatro meses seguidos de queda forte — quase R$0,80 por litro no acumulado — o mês de maio andou de lado. Houve até um leve aumento de R$0,02 por litro, algo muito pequeno, sem reflexo prático no mercado.
Esse comportamento mostra como os preços lá na origem — nas refinarias e entre os importadores — estão mais estáveis. Mas, na outra ponta da cadeia, nos postos, ainda se percebe queda. Os preços na bomba seguem em leve recuo, reflexo do “atraso” natural na transmissão das reduções.
Mesmo assim, há quem defenda que ainda há espaço para mais queda nas bombas. A própria presidente da Petrobras, Magda Chambriand, chegou a pedir que a população pressione os agentes do mercado para que as reduções anunciadas cheguem de fato ao consumidor. O recado, nas entrelinhas, é claro: tem gente usando a queda para recompor margens em vez de repassar o desconto.
Isso não é novidade no setor. O mercado de combustíveis é conhecido pela lógica de que os preços “sobem como foguete e caem como pena”. Ou seja, quando o valor na origem sobe, os postos e distribuidoras repassam rapidamente. Mas quando o preço cai, o repasse é devagar, quase arrastado.
Tudo indica que junho deve seguir com preços mais estáveis. Mas vale lembrar: o mercado de combustíveis é volátil. Basta um ‘espirro’ do governo aqui ou uma tensão internacional lá fora para o preço voltar a subir com força. Quem vive de diesel sabe – qualquer movimento inesperado pode custar caro no fim do mês.