Sanções ao petróleo russo devem pressionar preço do diesel e afetar as transportadoras brasileiras

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou duas das maiores empresas de petróleo da Rússia, Rosneft e Lukoil, como parte de uma nova rodada de restrições relacionadas à guerra na Ucrânia. As medidas, que também foram acompanhadas pela União Europeia, miram diretamente a receita que sustenta o esforço militar russo. Ao atingir companhias que respondem por uma fatia relevante da produção global, o objetivo do governo americano é claro: forçar um cessar-fogo no conflito, que já se arrasta há quatro anos.


Além das restrições diretas, as sanções incluem penalidades para terceiros que mantiverem negócios com essas empresas. Isso já levou Índia e China, os dois principais compradores do petróleo russo, a sinalizarem redução ou interrupção das compras. A reação do mercado foi imediata, com o barril do petróleo ultrapassando os $65 dólares, elevando o risco de repasses em cadeia nos preços dos combustíveis em diversos países, inclusive no Brasil.


No mercado brasileiro, o reflexo mais imediato tende a ser sentido no preço do diesel. A Petrobras, que não reajusta o combustível há quase seis meses, opera com preços abaixo da paridade internacional, e a tendência é que a defasagem aumente ainda mais com a nova realidade global. Embora a estatal tenha resistido a repasses em momentos de pressão maiores, o cenário atual adiciona um novo grau de dificuldade para manter essa estratégia. Além disso, como o Brasil depende de diesel importado, a alta no valor do barril no exterior torna o produto mais caro já na chegada aos portos, o que pode provocar aumentos especialmente nas regiões com maior dependência desse suprimento, como o Norte e o Nordeste.


Para quem roda por corredores como Sudeste–Nordeste, chama atenção a possibilidade de movimentos distintos nos preços entre estados como Minas Gerais e Bahia. Enquanto Minas é abastecida majoritariamente pela Petrobras, a Bahia conta com uma refinaria privada, que segue uma política de preços própria, atrelada ao mercado internacional. Em cenários como o atual, essa diferença pode resultar em variações relevantes nos valores praticados em cada região. Nesse contexto, vale acompanhar de perto essas dinâmicas e avaliar, dentro de cada operação, os impactos sobre o custo total do combustível e possíveis mudanças no direcionamento do ponto de abastecimento.


No fim das contas, toda mudança no cenário internacional do petróleo, como essa liderada pelo governo americano, acaba refletindo na bomba e, por consequência, no custo de operação das frotas brasileiras. Para mitigar efeitos, é importante que transportadoras acompanham de perto as variações e os impactos diretos a operação, até porque, qualquer R$0,10 por litro de diferença pode representar o lucro ou prejuízo ao final do mês.

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